17/03/2020 - Por: G1

Wilson Witzel, Governador do RJ (Divulgação: EBC)

O governo do Rio de Janeiro decretou nesta segunda-feira (16) situação de emergência. É um sonoro apelo à consciência. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros começaram a ir de praia em praia na manhã desta segunda-feira (16) para pedir que as pessoas não se aglomerem por causa da doença. Muita gente não deu ouvidos.

Domingo (15) foi ainda pior. Com o dia de sol, ninguém pensou nos riscos. Praias lotadas o dia todo. E quem vai à praia lota também o transporte público. Não importa se é ao ar livre, com temperaturas altas, na beira do mar, aglomeração leva à disseminação do vírus.

“Não é porque é ao ar livre que ela não tem risco de transmitir a doença de uma pessoa para outra. É um lugar de aglomeração, você consome coisas na praia. Então, você pega um suco, uma água de coco, um mate, isso tudo pode levar a mão na boca e se contaminar com o vírus. Então, a praia não é um local para as pessoas ficarem frequentando neste momento”, disse a infectologista Cristiana Meirelles.

Na tarde desta segunda (16), o governo do estado anunciou outras medidas para restringir a circulação e a aglomeração de pessoas no Rio. As medidas afetam principalmente o funcionamento de shoppings, bares e restaurantes.

O governo está orientando, por decreto, que as lojas dos shoppings sejam fechadas. Só as praças de alimentação poderão abrir, mas num horário reduzido. Para chamar a atenção dos consumidores, a polícia foi para a porta de alguns shoppings.

As academias de ginástica também devem fechar. O governo quer os bares e restaurantes mais vazios. Os donos terão que diminuir o número de mesas e até fechar mais cedo.

“Antecipamos algumas medidas que é reduzir lugares, tiramos várias mesas. A gente espera um auxílio-socorro do governo, linha de crédito para funcionários, que a gente possa, depois, pagar em várias vezes”, disse João Luiz Garcia, dono de restaurante.

O trem do Corcovado, que leva ao Cristo Redentor, e o bondinho do Pão de Açúcar vão suspender as operações a partir desta terça-feira (17) por 15 dias.

As escolas públicas e particulares já estão fechadas. Na rede municipal, colégios abriram só para oferecer merenda aos alunos.

O transito diminuiu. Nos trens, o movimento caiu 20% até o fim da tarde na comparação com uma segunda-feira normal - 76 mil pessoas a menos.

“Se nós agirmos como outros países agiram, como a Coreia, esvaziando as ruas, esvaziando restaurantes, nós conseguiremos conter a proliferação do vírus e, no período de tempo maior, teremos condições de, em acontecendo o contágio de pessoas vulneráveis, atende-las nos hospitais sem ter que escolher quem vive quem morre”, afirmou o governador Wilson Witzel.