16/04/2015 - Por: Gabrielle Kopko / Agência Saúde

Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes

O índice de obesidade está estável no país, mas o número de brasileiros acima do peso é cada vez maior. Pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2014, alerta que o excesso de peso já atinge 52,5% da população adulta do país. Também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.

“O mais importante para o Brasil neste momento é deter o crescimento da obesidade. E nós conseguimos segurar esse aumento. Isso já é um grande ganho para a sociedade brasileira. Em relação ao sobrepeso, não temos o mesmo impacto da obesidade, de estabilização, mas também não temos nenhuma tendência de crescimento disparando”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

O Vigitel 2014 entrevistou, por inquérito telefônico, entre fevereiro e dezembro de 2014, 40.853 pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais de todos os estados do país e do Distrito Federal. “Nós sabemos que a obesidade e o excesso de peso são problemas generalizados no mundo e por essa razão o Vigitel é importante para subsidiar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças”, destacou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

Além do avanço do excesso de peso e da obesidade, outros indicadores levantados pelo Vigitel também apontam para o maior risco de doenças crônicas entre os brasileiros. Do total de entrevistados em todo o país, 20% disseram ter diagnóstico médico de colesterol alto. Nesse caso, são as mulheres que registram percentual acima da média nacional, de 22,2%, contra 17,6% entre os homens. Em ambos os sexos, a doença se torna mais comum com o avanço da idade e entre as pessoas de menor escolaridade. Entre os que tem mais de 55 anos o índice ultrapassa 35%.

MAIS EXERCÍCIOS E MENOS GORDURA
Apesar do avanço de fatores de risco como excesso de peso e colesterol alto, a população brasileira está mais atenta a hábitos saudáveis, com crescimento do número de pessoas que se exercitam regularmente e daquelas que mantém uma alimentação adequada, com maior presença de frutas e hortaliças e menos gordura. Segundo o Vigitel 2014, o brasileiro está se exercitando mais, com aumento de 18% nos últimos seis anos do percentual de pessoas que praticam atividade física no lazer. Este ano, 35,3% dos entrevistados disseram dedicar pelo menos 150 minutos do seu tempo livre na semana com exercícios, enquanto o índice de 2009 era de 29,9%.

O sedentarismo está relacionado ao aparecimento de doenças crônicas, como câncer, hipertensão, diabetes e obesidade. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, 31% dos adultos com 15 anos ou mais não são suficientemente ativos. Esse índice no Brasil, segundo o Vigitel 2014, que soma apenas as pessoas com mais de 18 anos, é de 48,7%. O desafio assumido pelo Ministério da Saúde é reduzir esse percentual a 10% até 2025.